terça-feira, 20 de janeiro de 2015


Bem vindo ao meu blog!

            
      Há-de servir para divulgar os diversos conteúdos a abordar no desenvolvimento da atividade do "Projeto Currartes", A Rota do Linho - "Uma experiência pedagógica centrada na tecnologia  tradicional do linho"
       Neste sítio serão também divulgadas as atividades desenvolvidas ao logo da implementação do projeto de intervenção, quer na horta da escola, quer na comunidade da freguesia do Curral das Freiras, numa cooperação com a Casa do Povo local.
        Abordaremos a temática do "Património Cultural" na nossa região.
      Assim, o Património Cultural Imaterial (PCI) é possivelmente, de todos os patrimónios, o mais difícil de definir. Todos nós convivemos com ele no dia a dia, praticamo-lo quase sem pensar, procuramo-lo em datas pré-estabelecidas e nos momentos de lazer, sentimos que faz parte das nossas vidas e memórias, mas quando tentamos defini-lo, determinar porque é importante para nós ou descrever as emoções que em nós provoca, faltam-nos as palavras, baralham-se os conceitos, fica um sentimento vago de familiaridade e de recordações difícil de expressar e transmitir.
O património cultural de cada comunidade é importante na formação da identidade de todos nós. A cultura não é uma inutilidade. Ela é a representação da própria vida de um povo, tal como o trabalho, a família, a ocupação dos tempos livres, a comunicação com os outros. É necessidade imaterial, mas também satisfação de necessidades práticas.
Ao falarmos acerca do património cultural, leva-nos a refletir acerca do que é “cultura”. 
Entre as funções culturais da educação, sublinhe-se a de transmissão de cultura de geração em geração. A educação é, igualmente, a via de acesso à cultura. Ou, como diz SCHWARTZ, Bertrand (1974): “A necessidade cultural [...] é fruto da educação [...]. O sistema educativo tem implicações diretas na participação de todos na vida cultural” [125, p. 56]. É pela educação que os jovens são introduzidos e integrados na cultura dos adultos. Se, porém, a escola se torna uma sociedade dentro da sociedade, e desta se isola, começa a produzir a sua própria cultura; uma contra cultura dos jovens e adolescentes, que se levantam contra a sociedade e contra os adultos. (Jean-Marie Domenach, «Education et société dans la perspective dês pays industrialisés de l'Ouest [115 p., pp. 17-18].
       O papel educativo da cultura também é múltiplo: da cultura derivam as orientações fundamentais da educação e da vida. Ouvir música, visitar um museu ou uma galeria de arte, ler um livro, ver uma peça de teatro, ver um concerto são atos educativos e formas de participação na cultura - mas são, igualmente, aprendizagens. Visitar um museu pode ser mais educativo do que várias aulas de história, geografia, música, etc.
Os trabalhos dos órgãos de proteção, das Autarquias, dos Departamentos do Património Cultural devem ser divulgados nos vários segmentos da sociedade, esclarecendo dúvidas referentes à preservação do património cultural, à demolição e as suas restrições. Felizmente as autarquias municipais já possuem um PDM – Plano Diretor Municipal que no que concerne às novas construções, estas devem seguir os requisitos nele contidos, assim como à demolição ou reconstrução de edifícios públicos ou privados que estão sujeitos a um parecer de técnicos ligados ao Património Cultural e Arquitetónico. 
        A comunidade deve participar em todas as atividades relacionadas com a preservação:
- Inventário; demolição; manutenção; fiscalização; restauração, reabilitação e devem contribuir para a mesma, de forma a deixar às futuras gerações, um património que foi e deverá ser de todos nós.
      Muitos autores defendem que o sucesso de um trabalho científico passa pela acumulação de experiências enriquecedoras obtidas junto das pessoas, através do contato, da conversa e da observação.
     Muitas são as técnicas utilizadas para a recolha de dados, mas a primeira convição que se tem vindo a afirmar, precisamente como resultado da experiência, é a primazia da observação. A singularidade deste método consiste na capacidade de captar ao vivo a dinâmica cultural e implica a “identificação dos factos e a sua anotação”, devidamente controlada e participada (ILHÉU: 1983).
      

As Fichas de Recolha


      Existem fichas e regras de preenchimento, quer ao nível da recolha propriamente dita, quer ao nível do coletor, que servem de suporte ao trabalho de recolha de dados, no âmbito dos objetos etnográficos e que se encontram disponíveis no sítio da Divisão do Património Imóvel, Móvel e Imaterial para os mais jovens e onde a escola deverá ter um papel muito importante na formação dos jovens. Cabe também às associações culturais contribuir para a cidadania, promovendo também ações que envolvam os jovens a conhecer, promover, divulgar e preservar os seus bens culturais da localidade a que pertence.
      Assim, o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) tem disponíveis instrumentos pedagógicos e lúdicos, denominado por “KIT Integral de Recolha de Património Imaterial, para a promoção da valorização do Património Cultural Imaterial (PCI) por parte dos jovens, sendo de referir os seguintes:





      Segundo o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), o “Kit foi concebido sobretudo para aplicação a nível local, promovendo a interação dos jovens com os elementos da comunidade (aldeia, freguesia, bairro, etc.), assim como o conhecimento aprofundado e a valorização do seu Património Imaterial.
[Consult. 20 de janeiro de 2015] Disponível em <URL: 


Matriz PCI (Património Cultural Imaterial)


      MatrizPCI - A utlização desta seção servirá para "aceder a informação de central importância para a atuação qualificada em matéria de salvaguarda de Património Cultural Imaterial. Aqui encontra disponíveis os principais normativos e orientações técnicas, produzidos a nível nacional e internacional, assim como instrumentos de pesquisa sobre as principais organizações que desenvolvem trabalho na área do PCI."

No âmbito do património cultural de uma determinada região, podemos apresentar como principal objeto de estudo e de recolha, os seguintes assuntos:
  •  usos e costumes sociais; 
  • tradições sociais e religiosas;
  • superstições e crenças; 
  • literatura oral (lendas, contos, 
  • histórias, provérbios, adivinhas, orações, lenga lengas, rimances, baladas, etc.); 
  • medicina popular; práticas mágicas e de bruxaria; 
  • festas e festividades (festas religiosas, romarias, etc.); 
  • trajes populares; 
  • música e instrumentos musicais; 
  • danças e jogos populares; 
  • artesanato; 
  • fogo de artifício; 
  • edifícios públicos, etc. e que são urgentes recolher, dado o elevado risco de se perderem, visto que as fontes de informação são através das pessoas mais idosas.
De referir que todos os objetos etnográficos a utilizar serão registados individualmente em "ficha de recolha", contendo fotos correspondentes a cada objeto contendo os seguintes dados:
  • nome do objeto;
  • local de utilização;
  • imagem (fotos diversas);
  • local de produção;
  • data de produção;
  • função principal;
  • outras utilização;
  • descrição;
  • dados históricos;
  • materiais utilizados;
  • produtor/fabricante;
  • proprietário atual;
  • estado de conservação;
  • relação do objeto com manifestações de património imaterial;
  • outras informações, etc.




Início do Projeto de Intervenção


      O Pojeto de Intervenção terá o seu início com a preparação do solo, quer da horta da escola, quer da parcela de terreno, disponibilizado pela Casa do Povo local para o efeito. Posteriormente, será lançada a linhaça (semente do linho) à terra, e que levará cerca de cem dias no solo, entre o crescimento e o amadurecimento da planta. 




Texto: Prof. Jaime Andrade
      





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